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segunda-feira, 5 de julho de 2010

CÂNCER DE PRÓSTATA - A PREVENÇÃO É A MELHOR MEDIDA

Câncer de Próstata – Um alerta para o sexo masculino


Artigo do Comp. Rogério J Tinoco Brandão

RC Recife Boa Vista – D 4500

Do ponto de vista estatístico, o câncer de próstata é o 5º tumor mais freqüente do mundo, com cerca de 800 mil novos pacientes e responsável por 250 mil mortes. No Brasil, onde as estatísticas não são muito fidedignas, são registrados 50 mil novos casos/ano e atribuído como causa de mortalidade a 8,2 mil homens/ano. Estes números conferem o status de pertencer ao grupo de países de alto risco para a doença, ao lado dos EUA, Canadá, Austrália e grande maioria de países da Europa.

Estranhamente o Japão, a quase totalidade dos países asiáticos, Espanha e a Itália têm uma baixa incidência da doença. Mesmo no Brasil podemos detectar zonas de risco diferentes como nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e estados como PE, SE e CE. Por se tratar de uma glândula exócrina, ter origem no tecido epitelial, a grande maioria das neoplasias malígnas da próstata são os chamados adenocarcinomas.

Estes tumores são classificados em uma escala de agressividade conhecido como “Gleason score”, sendo a doença tanto mais grave e agressiva quanto maior a soma dos índices desta escala. A possibilidade de existência de outros tipos de neoplasias como os carcinomas epidermóides ou de células transicionais, que são classificados e estudados separadamente pela medicina.

Outra forma rara de câncer de próstata são os carcinomas de pequenas células. Neoplasias bastante agressivas, que podem levar a próstata a um crescimento rápido e exagerado com níveis baixos do conhecido PSA, que neste caso, não serve como marcador da doença.

Em estudos realizados em cadáveres de homens que morreram de outras causas, foram encontrados uma incidência de 30% de tumores na faixa de 30 a 40 anos, 60% de tumores na faixa dos 60 a 70 anos e em até 80% dos homens com 80 anos ou mais. Para nossa felicidade, a maioria destes tumores nunca terá expressão clínica, e apenas 5 a 7% destas neoplasias terão potencial evolutivo.

A maioria dos cânceres da próstata pode ser considerada esporádica, no sentido de não haver forte correlação com o histórico familiar dos pacientes, porém existem famílias onde o risco de câncer de próstata é claramente aumentado. A presença de um parente de primeiro grau, dois ou três familiares, aumenta o risco respectivamente em 2, 5 e 11 vezes.

Evidentemente uma parcela deste aumento pode ser devida a fatores ambientais onde os mesmos membros são expostos, incluindo os hábitos alimentares, mas existem genes suspeitos envolvidos como o já conhecido BRCA2, implicado no câncer de mama familiar, e outro gene que se localiza no braço longo do cromossoma 1, conhecido como HPC1. A raça negra também é considerada um fator de maior risco. Entre os fatores de risco alimentares, encontramos um aumento de risco ao consumir gorduras, carnes vermelhas e alto nível de carboidrato. Fatores teoricamente “protetivos” são os alimentos ricos em selênio, vitamina E, alimentos crucíferos ( brócolis, repolho, couve-flor ), leguminosas e os licopenos, como os encontrados no tomate.

Os estudos são conflitantes em seus resultados, por hora afirmam vantagens, por hora negam. Há anos vem se empregando uma classe de medicamento conhecida como inibidores de 5-alfa-redutase, a finasterida. Um estudo de longo prazo mostrou uma redução de 25% de risco de câncer de próstata quando utilizado, muito embora associada à forma mais agressiva de câncer de próstata quando a doença se apresenta neste grupo de pacientes, o que levou a não aprovação da droga ainda com esta finalidade pelo F.D.A. norte americano.

Não se pode evitar o câncer de próstata, mas pode-se atuar pro ativamente, realizando exames preventivos e diagnosticando a doença em sua fase inicial, onde são maiores as chances de cura ou controle. O INCA, órgão responsável pela política de câncer no nosso país, não recomenda oficialmente rastreamento de câncer de próstata, uma vez que não há evidência que esta estratégia reduza a mortalidade, mas na minha prática clínica, embasada pelos mais de 30 anos de experiência profissional e seguindo recomendações da American Cancer Society, recomendo o exame digital da próstata acompanhado por exame ultrassonográfico e dosagem do PSA para todos os homens acima de 50 anos.

Para os pacientes considerados de alto risco pela história familiar, iniciar esta rotina mais cedo, aos 40 anos. Abaixo desta idade, se o mesmo questionar o exame, avalio as vantagens e desvantagens, os riscos individuais e, como recomendado pelo ACS realizo os exames se o paciente assim deseja. A sobrevida em 5 anos do câncer de próstata não metastático é de 100% dos pacientes e de apenas 32% do caso de haver doença metastática. Fica o alerta.

Artigo do Companheiro Rogério J Tinoco Brandão

Médico cancerologista clínico – CRM 5758

RC Recife Boa Vista – D 4500

www.oncoclinicarecife.com.br "

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